Era uma vez uma coruja... Ei, espere um momento...
Corujas são inteligentes, não são? Sim, mas essa coruja não parecia muito
esperta; pelos menos, não no início.
Juju era uma encantadora corujinha que não sabia
ler. Isso era um problema, porque havia cartazes por todos os lados na
floresta, e os animaizinhos consultavam Juju, para saber o que diziam aqueles
cartazes, e ela mentia. Sim, ela mentia descaradamente. Bem, talvez não
mentisse; apenas inventasse para não decepcionar os amigos. Afinal de contas,
corujas são ou não são inteligentes?
Felizmente, ninguém se prejudicou com suas mentiras.
E ela também, dependendo do lugar onde o cartaz havia sido colocado, tinha boa
intuição para imaginar o que ele dizia. Mas e se um dia a sua intuição
falhasse? E se um dia as suas mentiras levassem à perda de um animalzinho da
floresta? Não, isso não poderia acontecer; porque, se acontecesse, ela jamais
se perdoaria. Então, para evitar o pior, Juju resolveu aprender a ler. Mas
como?... Assistindo às aulas da escola da cidade. Do lado de fora, é claro,
mais precisamente, pousada no peitoril da janela. E as crianças, todos os dias,
deliciavam-se ao ver a corujinha com os olhos colados nas explicações da lousa.
Com o tempo, pararam de notá-la; mas Juju continuava ali, firme e interessada
em aprender.
A corujinha provou ser muito inteligente. Fez mais
do que aprender. Começou a lecionar e escreveu uma cartilha que apresentava
primeiro as letras do alfabeto; depois, relacionava cada letra a um serzinho da
floresta, para que todos pudessem memorizar as letras com mais facilidade.
Quando digo seres da floresta, naturalmente, também
estão incluídos os elfos, os gnomos, os duendes, as fadas e por que não a
curiosa bruxa? Todos quiseram aprender. E aprenderam. Depois de juntar as
letras para formar as palavras, começaram a juntar as palavras para formar as
frases. Mas a corujinha, ao perceber que os dizeres pareciam mortos,
acrescentou na cartilha um capítulo todinho sobre pontuação. Foi aí que tudo
ganhou vida e começou a fazer sentido.
Não demorou muito para que todos na floresta
começassem a se sentir mais tranquilos e seguros, porque agora conseguiam ler
os cartazes de avisos. E também, com o passar do tempo, sentiram-se até mais
felizes, porque começaram a registrar, através da escrita, as ideias e
histórias maravilhosas que lhes visitavam a imaginação.
E a corujinha Juju, além de se sentir aliviada por
não precisar mais mentir, viu o seu esforço recompensado; mais do que isso,
sentiu o coraçãozinho estremecer no peito ao receber um poema escrito, com todo
o amor, pelo Dr. Corujão.
F I M
Ketlyn, você foi sempre muito generosa ao me oferecer seus desenhos para que eles pudessem enfeitar o Blog Respirar Histórias.
ResponderExcluirVocê não imagina o quanto eu fico feliz em ver, agora, os seus desenhos enriquecendo o seu próprio Blog.
Essa Corujinha, que enfeitou também o Blog "Histórias de Lu & Teca", de Lucia Haddad, há de lhe trazer muita sorte!!!
Abrace o seu sonho, e ele certamente lhe mostrará o caminho.
Beijos
Parabéns, Ketlyn!!! Estarei torcendo para que seu blog faça muito sucesso!
ResponderExcluirAh! Adoro essa história da Sisi!! Bjs